O Município de Quitandinha, na Região Metropolitana de Curitiba, agora é governado por uma mulher: Maria Júlia Socek Wojcik. Ela aprendeu tudo sobre política desde menina. O pai dela, Francisco Socek, foi vereador aos 19 anos, em Contenda. Ele ajudou a fundar Quitandinha, que se desmembrou de Contenda, e a construir a Prefeitura. “Meu pai foi presidente da Câmara e eu me criei nesse meio político que se mesclava com o dia a dia de nossa família. Fui a primeira mulher a ser eleita vereadora em Quitandinha, em 2004. Já fui vereadora e também vice-prefeita. Acredito na força das mulheres. Elas trabalham com a cabeça, sem deixar de lado o coração”, diz Maria Júlia.

Seus auxiliares dizem que a melhor definição para Maria Júlia é: “parceira do povo”. Isso porque, ela chega na Prefeitura até antes de todos os funcionários, entre 7 e 7 h30, todos os dias.  Sempre. “Mas não tem horário para sair. E se houver alguma demanda em fim de semana, feriado ou noite adentro, ela está sempre pronta para atender os quitandinhenses”.

Algumas pessoas brincam que, pela sua bravura, ela deve ter um pouco do sangue dos índios que habitaram aquele lugar. “Os do Grupo Jê, o mais temerário povo indígena. Todos já extintos”, relatam seus auxiliares mais próximos.

Casada com Dionísio Wojcik, a prefeita conta que teve 10 gestações. Mas perdeu muitos filhos. Atualmente, os seus dengos são destinados aos três netos e três netas. Incentiva a todos, mas se preocupa com o futuro político do Município, no qual gostaria de ver mais mulheres atuando. Das sete Secretarias Municipais, quatro delas são ocupadas por mulheres: Saúde, Educação, Administração e Ação Social.

Maria Júlia luta para o resgate de valores na sociedade. Em Quitandinha, o carro-chefe é a agricultura familiar, que sustenta grande parte das famílias do Município. Na cidade de cerca de 21 mil habitantes, ela sonha em ter um Portal. “Quantas pessoas passam por ali e nem sabem que ali existe um Município de nome Quitandinha, com produtos orgânicos, de excelência e que merecem ser consumidos pelos paranaenses e por todos que por ali passam. Afinal, o nosso exercício diário é salvar vidas e os alimentos orgânicos resultam em melhor qualidade de vida ”, diz, com um largo sorriso.